Dentista diz ter tido prejuízo de quase R$ 200 mil após contratar serviço de empresário investigado por aplicar golpes com falsos investimentos

Vítima conta que conheceu e se tornou amiga do empresário antes de cair no golpe. Polícia diz que empresário tinha um escritório usado para enganar os clientes.

Dentista diz ter tido prejuízo de quase R$ 200 mil após contratar serviço de empresário investigado por aplicar golpes com falsos investimentos

Dentista diz ter tido prejuízo de quase R$ 200 mil após contratar serviço de empresário investigado por aplicar golpes com falsos investimentos

Vítima conta que conheceu e se tornou amiga do empresário antes de cair no golpe. Polícia diz que empresário tinha um escritório usado para enganar os clientes.

Por Augusto Sobrinho, g1 Goiás

23/03/2024 05h00 Atualizado há 9 horas

Dentista diz ter tido prejuízo de quase R$ 200 mil após contratar serviço de empresário

A cirurgiã dentista Pallôma Alencar, de 30 anos, diz ter tido um prejuízo de R$ 188 mil após contratar o serviço do empresário investigado por aplicar golpes com falsos investimentos. Jonas Caetano do Santos foi preso, em Goiânia, e, segundo a polícia, tinha um escritório para enganar os clientes.

“Ele disse que era 100% seguro, a gente confiou e, agora, uma pessoa de dentro da nossa casa puxou o nosso tapete", desabafa Pallôma.

O g1 não localizou a defesa de Jonas para pedir um posicionamento dele até a última atualização desta matéria. Segundo a Polícia Civil (PC), ele foi preso preventivamente no último dia 19 de março e responderá pelos crimes de estelionato e de gestão de instituição financeira com finalidade ilícita.

Em entrevista ao g1, a cirurgiã dentista conta que ela e o marido moravam no mesmo prédio que o suspeito e a esposa, em Goiânia. Segundo a vítima, inicialmente, ela se aproximou da mulher do suspeito por serem vizinhas. Depois disso, eles se tornaram amigos e conviveram juntos.

“Tudo começou há mais de um ano, eles demonstraram muita honestidade e educação. Nos tornamos amigos e jantávamos juntos em casa”, conta.

Diante dessa confiança, em outubro de 2023, a Pallôma decidiu investir R$ 228 mil com Jonas, que se apresentava como dono de uma empresa de investimentos. “Nós fizemos um contrato e transferimos o valor para ele. Era um investimento curto, o dinheiro era para reformar meu consultório”, detalha.

Pallôma conta que só desconfiou do investimento em janeiro deste ano quando, após um desentendimento, o casal demonstrou que mudaria de casa. “Eu pedi o dinheiro de volta e ele deu uma desculpa. Então, pesquisei o CNPJ da empresa na internet e vi um monte de processos”, lembra.

Com o filho recém-nascido e precisando reformar o consultório, Pallôma e o marido se desesperaram e, após muita insistência, conseguiram que o suspeito devolvesse R$ 40 mil. “Minha vida virou um pesadelo. O mais dolorido de tudo isso é que existia uma confiança e ele usou isso”, lamenta.

Denúncia e investigação

Pallôma e o marido denunciaram Jonas em fevereiro deste ano. O caso foi investigado pelos delegados Breynner Vasconcelos e Maurício Massanobu, da 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia. Segundo a Polícia Civil (PC), os crimes começaram em 2019 e Jonas tinha uma empresa na Bahia.

“Ele atraía clientes dizendo que era investidor do mercado de capitais e que conseguia uma rentabilidade de 3% a 4% ao mês”, detalha.

Vasconcelos conta que os clientes depositavam o dinheiro na conta de Jonas acreditando que ele estava aplicando. As investigações identificaram que ele ainda enviava relatórios mensais de falsa rentabilidade para as vítimas, que, segundo a polícia, tiveram um prejuízo de mais de 70% dos valores.

“Ele fez pelo menos cinco vítimas na Bahia, cinco em São Paulo, uma no Paraná e cinco em Goiânia”, detalha o delegado.

Das vítimas identificadas o suspeito recebeu R$ 2.515 milhões e enviou para conta de investimento apenas R$ 30 mil. “Ele não tem autorização para investir. Quando as vítimas pediam o resgate, ele pegava o valor de novos clientes, devolvia 10% e fazia acordos, mas nunca pagava”, disse.

O delegado afirma que Jonas usou o dinheiro para despesas pessoais. Segundo Pallôma, vizinha e amiga, ele ostentava uma vida boa e, inclusive, fez uma festa de casamento luxuosa. Ele ainda tinha um escritório com vários computadores para enganar os clientes, mas não tinha funcionários.

Além da prisão do suspeito, a Polícia Civil (PC) realizou buscas no escritório e apreendeu duas armas e mais de 160 munições. Segundo a polícia, ele confessou os crimes, entregou os extratos bancários e indicou as vítimas. O delegado ainda investiga se a esposa do suspeito tem responsabilidade no crime.