Pantera negra' trazida para Goiás para tentar reprodução embarca em avião para Zoo de Curitiba; vídeo

Cacau chegou ao Instituto NEX, em julho de 2023, para uma tentativa de namoro e acasalamento com um macho da sua espécie. Animal é raríssimo.

Pantera negra' trazida para Goiás para tentar reprodução embarca em avião para Zoo de Curitiba; vídeo

'Pantera negra' trazida para Goiás para tentar reprodução embarca em avião para Zoo de Curitiba; vídeo

Cacau chegou ao Instituto NEX, em julho de 2023, para uma tentativa de namoro e acasalamento com um macho da sua espécie. Animal é raríssimo.

Por Ildeu Iussef, g1 Goiás

Onça de Goiás é transportada de avião para o Paraná

A onça Cacau, fêmea da espécie onça-pintada melânica (pantera negra), deixou nesta quinta-feira (21), o Criadouro Conservacionista Instituto NEX, em Corumbá de Goiás e embarcou rumo à sua nova residência: o Zoológico de Curitiba.

Cacau é a primeira onça nascida no Refúgio Biológico Bela Vista, da Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, e está com 7 anos de idade. Além disso, ela é um dos últimos exemplares de onça melânica do bioma Mata Atlântica (animal raríssimo, infelizmente quase extinto).

A onça chegou ao Instituto NEX, em julho de 2023, para uma tentativa de namoro e acasalamento com Oxóssi, um espécime macho de onça-pintada melânica do Cerrado. A tentativa de reprodução fez parte do Programa Nacional de Manejo Ex Situ da Onça-Pintada, coordenado pela Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

"No geral, a onça-pintada está ameaçada e corre muito risco de extinção. Então, um dos nossos braços (de atividades) é a reprodução. O Oxóssi é superimportante, pois ele é uma onça-pintada melânica do Cerrado e a Cacau é uma onça-pintada melânica da Mata Atlântica. A priori, a gente respeita e não faz o cruzamento de espécies de biomas diferentes. Porém, como não existe nenhum macho melânico, em vida livre ou cativeiro na Mata Atlântica, para cruzar com a Cacau; a Azab decidiu misturar dois biomas”, disse Daniela Gianni, coordenadora de projetos do Instituto Nex.

Entretanto, a reprodução entre as onças melânicas não deu certo, pois Cacau tem um cisto no ovário o que poderia atrapalhar a formação de óvulos e isso ajuda a explicar o motivo dela não ter ficado prenha.

“A Cacau chegou em julho (de 2023), depois de muito trabalho e dessa união de esforços, vinda do Refúgio de Itaipu para se encontrar com o Oxóssi. Eles se deram super bem, mas viraram amigos. Geralmente, o macho chama o cio da fêmea e na Cacau isso não aconteceu. A gente sabe que o problema não é com o Oxóssi, pois ele já esteve com outras fêmeas e sabe cruzar. Então, decidimos fazer um exame de imagem na Cacau para ver como estava o sistema reprodutivo dela e vimos alguns cistos no ovário, o que pode ajudar a explicar porque o cio dela não desceu”, explica Daniela Gianni.

Não é um laudo fechado. Isso não significa que ela tenha um problema sério e que não seja reversível. Nada disso! O importante é que a gente não desiste. Então, não é o fim nem para o Oxóssi e nem para a Cacau. Pode ser que a Cacau faça um tratamento ou uma cirurgia para esses cistos, mas nada descarta uma inseminação ou um cruzamento com um indivíduo macho melânico no futuro”, completa Gianni.